segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Poema do mar.



Mar.

Dizem que és traiçoeiro,
À noite tens um quê esquisito.
Acesso ao teu todo é interdito,
Mar, gigante de ares faceiros.
Eu te amo meu belo selvagem.
Sincera é, por ti, a paixão,
Como por Cristo é a devoção,
Nos olhos d’alma tenho tua imagem.
No teu seio barcos são arvoredos,
Abrigas personagens rudes
E vidas que ganham altitudes.
És um poço de segredos.
Tua água é envolvente,
Exala marinhos perfumes
E a posição tu assumes
Amante de Iemanjá ardente.
Envolvo-me em onda bendita
Nos dias de ócio, ó delícia,
Sentindo a doce carícia
Que instintos ressuscita.
Amas os cabelos e meus seios,
Jardim onde depositas flores
De conchas que causam rubores
Com o atrevimento dos meneios
Jogando-me na areia deitada
Olhando a orla misteriosa
A quem me curvo respeitosa.
Ó dia, ó hora abençoada,
Da criação do mundo das águas
Embasado em sincronia perfeita.
Paisagem onde o olhar se deita
Para repensar, da vida, as mágoas.
Tens um manto de talhe fino
Verde-esmeralda de cetim,
Falando de ti dou tudo de mim,
Amar-te é o meu destino.
Por isso escrevi no meu peito,
Com palavras que conheço
Este poema que tem por começo
Temor, admiração e respeito.

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Lívia Franzoni